Podemos considerar a Filogenia como a
história da ancestralidade entre todas as espécies de seres vivos que existentes.
A teoria evolutiva prevê que organismos relacionados
irão compartilhar características semelhantes que são derivadas de ancestrais
comuns. Tais características similares, devido ao parentesco (herança comum) são
conhecidas como homologias.
As homologias podem ser reveladas de inúmeras formas,
entretanto, elas costumam ser reveladas com mais frequência comparando: (a) a
anatomia dos diferentes organismos, (b) estudando o desenvolvimento embrionário
(c) investigando as semelhanças e diferenças celulares, e (d) estruturas vestigiais
dentro de organismos individuais.
Vamos ver alguns destes casos?
A
- Anatomia Comparada:
estudos comparativos da anatomia de grupos de animais ou plantas revelam que
certas estruturas são basicamente similares e devem ter tido origem evolutiva
comum. Os organismos contêm dentro de seus corpos, abundantes evidências de
suas histórias e, definitivamente, a existência desses recursos é melhor
explicada pela evolução.
Figura: homologia comparada de membros de mamíferos.
Fonte: shttp://sti.br.inter.net/rafaas/biologia-ar/introducao.htm
Figura: As semelhanças nos esqueletos de diferentes espécies
de mamíferos (note pelas cores das imagens). Fonte: http://sti.br.inter.net/rafaas/biologia-ar/introducao.htm
B
– Embriologia Comparada: O
estudo comparado de embriões pode nos mostrar a ancestralidade comum entre os
animais. Ele foi organizado pela primeira vez na Teoria da Recapitulação, Lei
da recapitulação ontofilogenética, mais conhecida pela expressão “A Ontogenia
recapitula a filogenia”. Quanto maior a semelhança nos estágios do
desenvolvimento embrionário de espécies diferentes, maior o grau de parentesco
entre elas.
Figura: Desenho esquemático comparativo do
desenvolvimento embrionário de diferentes vertebrados. Fonte: http://probiokelinton.files.wordpress.com/2010/10/03_04a1.gif
Figura: Imagens
das fases embrionárias de diferentes animais. Observem a semelhança morfológica
entre eles ao longo do desenvolvimento do embrião.
Fonte:http://netnature.files.wordpress.com/2011/12/trabalho-de-haeckel-ao-estudar
embric3b5es.jpg
C
- Evidências celulares:
todos os seres vivos apresentam características fundamentalmente iguais. No
nível celular e molecular seres vivos são notavelmente similares uns aos outros
e essas semelhanças fundamentais são melhor explicadas pela teoria da evolução,
ou seja, as inúmeras formas de vida possuem um ancestral em comum.
Vamos a alguns exemplos?
Unidade da Vida – Há uma homogeneidade estrutural,
bioquímica e fisiológica entre os organismos.
Então, pense bem e responda:
Por
que é o ATP a principal molécula transmissora de energia em todos os seres
vivos, se outros nucleotídeos, como o GTP, o CTP e o TTP têm propriedades que
os tornam igualmente eficazes para esse processo? Por que a meiose de todos os
animais é praticamente idêntica? Por que, dos mais de 200 aminoácidos
conhecidos, apenas os mesmos 10% são usados para fazer as proteínas de todos os
seres vivos? Por que, das centenas de alternativas termodinamicamente
equivalentes para a degradação da glicose produzindo energia (a glicólise, como
você já estudou em Bioquímica), apenas uma está presente em praticamente todos
os seres vivos?
Isso
só pode ocorrer porque todos os seres vivos são descendentes dos mesmos
ancestrais.
Figura: Esquema básico da célula.
Fonte:
http://terra-online.blogspot.com.br/2009/12/da-celula-procariotica-eucariotica.html
D
- Estruturas Vestigiais: genes
que deixam de ser selecionados e as mutações que surgem deixam de ser
eliminadas permanecendo as formas determinadas por esses genes. Ou, órgãos
atrofiados e sem função em determinados organismos, mas que correspondem a
órgãos desenvolvidos e funcionais em outros organismos.
Figura: Membros posteriores de baleia, sem função na
locomoção aquática, mas evidenciando estruturas típicas de movimentos
terrestres, herdadas de seu ancestral que era mamífero terrestre. Fonte:https://encryptedtbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRzrzP5eR1jpdqCRdypfMeRRU4yo5UZcNOTA7DD1SX6ktylfjat
O apêndice vermiforme é mais um exemplo. Esta estrutura
pequena e sem função específica para alguns organismos, parte do ceco (estrutura
localizada no ponto onde o intestino delgado liga-se ao grosso). Nos mamíferos
roedores, o ceco é uma estrutura bem desenvolvida, na qual o alimento
parcialmente digerido á armazenado e a celulose, abundante nos vegetais
ingeridos, é degradada pela ação de bactérias especializadas.
Figura - Fonte:
http://sti.br.inter.net/rafaas/biologia-ar/images/490-2.jpg
Espero que tenham compreendido o valor das homologias
e as respectivas filogenias baseadas nestas informações. Inúmeros são os
exemplos, entretanto, os apresentados aqui informam adequadamente o valor
destes estudos na evolução. Nas próximas postagens vamos trabalhar com outras
evidências adquiridas a partir dos estudos biogeográficos. Bons estudos,